30/11/2009

Boca de Sabão


Uma das coisas legais que a gente descobriu no Twitter estes tempos é o "Boca de Sabão". Trata-se de um perfil anônimo que posta denúncias de dentro da polícia carioca, mostrando todos os nuances da corrupção dentro da instituição. É a tecnologia dando uma forcinha pra cidadania. Vamos dar um follow aí, gente.

25/11/2009

Primavera Sound, here we go!


Nem cheguei no Brasil e já faço planos pra nossa próxima ida a Barcelona. Vai ser em maio, certeza. É que neste mês acontece o Primavera Sound, um dos festivais de rock mais legais do planeta e que terá Pavement, Panda Bear, New Pornographers, Pixies, Wilco, etc, etc, etc. Como não vai dar pra perder, a gente aproveita pra visitar os amigos (saudade!).


Além do line up sensacional, outra coisa chamou a atenção nesta edição do festival. Houve um troca-troca de marcas: sai Estrella Damm, entra San Miguel como patricinador oficial. Isso pode parecer bobagem, mas para quem trabalha com marketing vai entender da importância disso que estou falando. O que será que aconteceu?


Fiquei me perguntando também por que aqui no Brasil as marcas de cerveja não patrocinam festivais de rock. Minha conclusão é: no país do carnaval e do futebol, não dá mesmo pra pensar em rock. Vamos ter que nos contentar com Planeta Terra e Tim Festival. E a Brahma e a Nova Schin que continuem injetando milhões nos camarotes de carnaval. Doh!

m.

19/11/2009

Mente poluída


17/11/2009

Homenagem

Olha só o que apareceu aqui na agência ontem: o namorado da Malu Viotti acaba de voltar da Russia e trouxe pra ela uma bonequinha. A diferença dela para as que você já conhece é que a "boneca" em questão é o Michael Jackson e conforme você vai tirando as maiores, ele vai ficando mais... negro. Sen-sa-cio-nal.


14/11/2009

Super Furry Animals na Idade da Luz

O Via Funchal foi um dos poucos lugares de São Paulo onde não faltou luz durante o apagão da última terça-feira. Mas o que faltou por lá foi público para curtir o show de abertura do Festival Indie Rock. Enquanto o Gogol Bordello encerrou a noite acendendo uns bons milhares de indies, os galeses do Super Furry Animals tocaram para algumas poucas dezenas de paulistanos.

Nada de muito estranho para um festival que já esteve esvaziado em 2007, quando trouxe o extinto The Rakes e o simpático Magic Numbers.

Enquanto milhões de paulistanos acessavam a Internet e se comunicavam pela escuridão da cidade com seus smartphones, os caras do Super Furry Animals optaram por jurássicas placas de programas de auditório para falar com a galera. “Aplausos”, “Obrigado” e “The End” faziam parte da linguagem usada pela banda, como se eles já soubessem que qualquer outra forma de tecnologia poderia estar inacessível naquela noite de blecaute.

Esse sistema de programas de auditório dos anos 50 contrastava com a falta de empolgação do vocalista Gruff Rhys, que nada tinha de apresentador de TV, a não ser a semelhança física com o Edgar da MTV. Ele parecia um tanto triste nas primeira músicas, como se não estivesse com vontade de tocar para um público tão restrito. Chegou a se sentar durante a apresentação. Mas logo se viu ser o jeitão do cara, mais intimista, e que não impedia que ele fizesse piadas tímidas com suas placas bem humoradas. Um verdadeiro indie.

E logo veio um dos grandes momentos do show, pra mim, quando tocaram “Hello Sunshine”, de quase 6 anos atrás. Quando ouvi os primeiros acordes lá do bar que ficava por trás das cortinas da casa de shows, caminhei hipnotizado em direção ao palco, até chegar o mais perto possível da banda. Tudo registrado pela câmera do celular e disponível aqui.


O estilo psicodélico que misturava distorções na voz e na guitarra dominou toda a apresentação, fechada com "Keep the Cosmic Trigger Happy”. Um show que não exigiu energia nem esforço físico da platéia. Apenas o olhar atento e a sensibilidade para curtir uma banda madura, recheada de boas músicas e alguns hits. Uma banda verdadeiramente indie, que tocou para alguns poucos e sortudos paulistanos. Uma banda de vibe comportada que preparou terreno para a loucura total do Gogol Bordello.

Aliás, uma das dançarinas da banda que encerrou o festival trazia estampada na camiseta a frase “Nasci para vencer”, junto do distintivo do Santos. A tabela do Campeonato Brasileiro sugere que a frase não poderia se referir ao time, mas sim ao próprio Festival Indie Rock. Porque, numa semana de Planeta Terra e Maquinária, o primo pobre dos festivais parece ter se saído o grande vencedor.

Por Daguito Rodrigues, em colaboração para o blog

12/11/2009

Com Gogol Bordello não há apagão

Quem foi ver Gogol Bordello, nesta terça-feira, no Via Funchal em São Paulo, certamente tem história para contar. Nas quase 2 horas de show, o ucraniano Eugene Hütz e sua trupe tocaram todas as principais músicas, fizeram o público pular como poucas vezes na vida e quase não fizeram intervalo entre as músicas ou pausa para o bis. A emoção era tanta que a banda parecia não querer parar de tocar, mesmo já com as luzes da sala acesas; e quando parou, ficou junto do público, cumprimentando e comemorando a ponto de uma das dançarinas sair chorando após abraço com uma fã.

E por falar em "luzes acesas" o que deixou o show mais curioso foi o fato de que, enquanto rolava toda essa energia lá dentro, metade do Brasil estava na mais completa escuridão, um verdadeiro caos ocasionado pelo blecaute geral que o país viveu. Na volta do bis, o vocalista falou algo como "lá fora está tudo escuro. Vocês estão mesmo no lugar certo". E não havia mesmo lugar melhor para estar.

Em comparação ao primeiro show que fomos da banda, na sala Apolo, em Barcelona, faltou o salto alto que ele usou em boa parte das músicas, mas para compensar teve um público muito mais animado e devoto da banda. Os catalães não são famosos pela empolgação. É o que qualquer pessoa que vá ver um jogo do Barça pela primeira vez na vida se espanta: eles não pulam, não gritam, não entoam gritos de guerra ou coisas do tipo. E me parece curioso que só no show de ontem eles tocaram "Mala Vida", música famosa do grupo Mano Negra, do também clandestino Mano Chao, unanimidade em Barcelona e que assim como ele, sabe fazer um bom show. O detalhe local veio pela camiseta com a bandeira de Pernambuco vestida por Eugene e os uniformes do Santos, usado pelas duas meninas da banda na parte final do show.

Se falávamos que Bebel Gilberto e Perry Farrell vacilam, eis agora a fórmula perfeita de um bom show. E se Perry Farrell fala demais e por causa disso fala muita bobagem (como a frase "Dave Navarro é bonito, parece perfeito, mas saibam vocês que ele também tem problemas") e o agora aclamado Mike Patton, conseguiu ganhar o público falando um português curioso, ganha o Gogol Bordello do jeito que um bom show de música deve ser: falando pouco, tocando muito.
Bandas novas com show insosso, como Bloc Party, Killers e até Vampire Weekend (como vimos no Primavera Sound de 2007), deviam aprender um bocado com esses caras.

por Ricardo Kenski

09/11/2009

Nossos ídolos já não são mais os mesmos

Quando eu era adolescente, era fã do Jane's Addiction. O falcete na voz do Perry Farrell e a guitarra de Dave Navarro ajudaram a moldar meu gosto musical, quando eu tinha ainda uns 16 anos. Daí a banda acabou. Daí a banda voltou outra vez. Daí acabou de novo. Lançou mais uns três discos que não conseguiram me "pegar" como o ao vivo "Kettle Whistle" ou o "Ritual de lo Habitual".

E então eles marcaram o show na semana passada, dentro do festival Maquinária, na Chácara do Joquei, em São Paulo. Fui lá ver, e...ai, ai. Na mesma linha de decepção que foi o show de Bebel Gilberto que você leu aqui, outro dia. O Perry envelheceu, o que não tem problema algum. Mas ele não soube fazê-lo. A pose glam, meio viado, meio machão, ficou desatualizada. As caras e bocas davam um pouco de vergonha alheia. Umas dançarinas vestidas de boneca, em poses sensuais, faziam filminhos uma da outra, transformaram o fetiche em bobagem.


Mas não tem problema. As deliciosas "Been Caught Stealing" e "Jane Says" foram bem executadas, o povo cantou junto e deu para se emocionar.

Mas o público, que estava lá mesmo era para ver o Faith no More, aguardou paciente. Sai Perry Farell e entra Mike Patton. Daí ficou pequeno. Esse sim tá velho, mas tá inteiro. Ensaiou umas frases em português. O traje vermelho, meio mafioso, meio gigolô, causou um estranhamento no início, mas logo a pose foi totalmente arruinada por muita chuva, suor e os gritos de "porra, caralho", que ele tinha aprendido anteontem. Avisou o público que o show ia ser mais curto porque eles já estão velhos, e mas só saiu do palco uma hora e quarenta minutos depois, não sem antes tocar o terror.

Apesar de não ser fã da banda, admito: eu respeito o Faith no More. Porra, caralho.

m.


Fotos: Marcio Tanaka, para BlogFonico

05/11/2009

Um achado!

Faz tempo que eu acompanho o mais que bacana blog Achados, da jornalista Adriana Setti, que também mora em Barcelona. Faz parte do site da Abril, Viaje Aqui, e tornou-se um lugar de visita indispensável antes de qualquer viagem. O mais legal é que enquanto ela não está rodando o mundo, dá dicas quentes de Barça. Sempre tem coisa nova para descobrir.

Para facilitar o trabalho, essa semana ela está fazendo listas e mais listas com os melhores restaurantes, baladas, etc. Sem falar no completo dossiê que agrupa compras, hotéis, roteiros e por aí vai...

Na verdade me tornei fã do blog, depois que ele me salvou na Tailândia. Primeiro em Bangkok, e depois em várias outras ocasiões pelas ilhas. A dica mais acertada foi a pousada Malibu Beach Bungalows, na praia de Chaloklum, que em setembro estava completamente vazia. Tive a experiência de ter uma praia só para mim (e para o gato, claro), em uma vila de pescadores, com as pessoas mais amáveis do mundo e uma cabana que servia churrasco de peixe todas as noites. Incrível. De lá, também seguindo o feeling do Achados, paramos na praia de Mae Haad, onde de novo, a supresa não poderia ter sido melhor. O único problema é que gostei tanto, que acabei não indo mais para lugar nenhum. Achei mesmo!!!!


Cabanas do Malibu Beach Bungalows


Vista de Chaloklum no fim da tarde SEM NINGUÉM


Mae Haad


Cabaninha na areia em Mae Haad (em frente ao mar!!!)

v.

03/11/2009

Casório do ano

Quando viemos embora para São Paulo, eu e o Rica já planejávamos a próxima novidade. Como a gente adora fazer planos, decidimos nos casar, fazer uma festa pra celebrar este tantão de anos juntos. Nossa idéia era mirabolante, uma festa diferente, nada a ver com os casamentos tradicionais. Uma balada para os amigos, que fosse divertida para todo mundo, mas principalmente para nós.

A Rafaella e o Marcelinho, amigos queridos dos tempos de aulas matadas nos botecos da PUC, se anteciparam e decidiram casar-se no final deste ano. Mas nada naquela família composta pelos dois, mais três gatos e mais um bando de amigos que está sempre por perto é convencional, e a festa não será diferente. A Rafa, que morou dois anos em Londres, vai organizar o comitê internacional de amigos, que chegam para as festas de fim de ano. O sítio do Valim vai virar o cenário pra uma festa que apavora os fígados mais treinados, terá fotógrafo amigo, dj amigo, cozinheiro amigo. Enfim, tudo o que o nosso casamento queria ser. A gente vai na festa e vai aprender com eles como é que se faz.

Abaixo, você vê o vídeo que o Marcelinho, que tem uma produtora de filmes, preparou para convidar todo mundo e preparar o clima. A gente curtiu isso.

m.

Parte I - A Procura from mazinidifafazi on Vimeo.

02/11/2009

Serial killer

por David Eliot

Os quatro músicos subiram no palco com o estilo "Reservoir Dogs", presságio do que ia acontecer, e começaram com uma introdução instrumental, desprendendo uma inocente beleza. Então, entrou a diva e daí começou o massacre. Sem a menor piedade e com um sorriso que ainda me persegue de noite, Bebel Gilberto assassinou as próprias músicas, as do pai, e se deu o luxo de uma sessão de tortura com a canção "Sun is shinning" do Bob Marley. É verdade que havia alguns sinais; o último disco da moça é meio medonho. Mas, será que "Tanto tempo" era só um truque de estúdio? Será que estamos assistindo à decadência irremediável de uma artista? Um Ronaldinho da neo-Bossa Nova? O único que salvou a noite foi o baterista, que tinha uma estranha semelhança com Bill Murray, só que do Pará. Imperdível. O resto, é para esquecer.

Bebel Gilberto se apresentou na Sala Razzmatazz 2, em Barcelona, no dia 28/10/2009.