17/12/2009

Fica o alerta

Na mesma linha do post abaixo, aviso aos amigos que o fuet, que na Catalunya custa um euro, aqui custa 30 reais. Se alguém estiver pensando em mudar de profissão, sugiro vender Havaianas em Barcelona e fuet em São Paulo.

16/12/2009

Dogão x Kebab

Dogão com caipirinha? Kebab com frozen? Quem já saiu para beber umas e esticou a noitada em São Paulo ou Barcelona, certamente já comeu um dogão na primeira ou um Kebab na segunda. Mais que isso, são essas as melhores opções de comida rápida, barata e sem frescura das duas cidades: é pagar, comer de pé e continuar na noite.

Pois lá em Barcelona, o dogão não existia, mesmo sendo as geniais salsichas importadas da Alemanha super fáceis de encontrar nos supermercados. Mas veio a globalização e um brasileiro cheio de idéias e assim foi criado o primeiro dog da cidade. Com visú hipado e preços europeus (e sem catupiry, uma pena) a casa abriu as portas em uma das ruas mais movimentadas do Raval, bairro famoso (e sujo) pelas baladas.
Fonte: Vandalogy's Blog

A Enquanto isso, aqui no Brasil, o Kebab, que sempre também pareceu uma idéia simples de fazer, ganha status de objeto de luxo. O que seria um outro nome do difamado churrasquinho grego (não nos enganemos, é a mesma coisa, com nome de uns tantos países para lá) é agora disputado nos Jardins e Pinheiros, em lugares como o tal do Kebabel, "sinônimo de longa espera", segundo o Guia da Folha da última sexta. Mais que isso, entre as novidades do cardápio (???) estão o chope Colorado e os frozens, cujos sabores mudam diariamente. E a resenha continua: "Aposte no geladinho de abacaxi, misturado com vodca e hortelã". Pros que moram na Europa, devem pensar que é como pedir uma garrafa de bordeaux no dogão da USP. Por acaso combina? Detalhe: nos kebabs europeus, não se vende cervejas, já que os paquistaneses que em geral tocam os estabelecimentos levam a religião mais a sério que o lucro.

E se em São Paulo qualquer boteco tem coxinhas, porções de calabresa e carne seca ou (as malditas) carnes no rechaud, em Barcelona qualquer boteco só tem uma coisa: patatas bravas, que é batata frita com a salsa brava, uma maionese apimentada, existente também em qualquer mercado junto dos catchups e mostardas. Porção essa que também ganhou uma versão (hypada) no Squat, de São Paulo. A lógica é essa: em São Paulo, se ninguém conhece, fala que é chique que todo mundo acredita. Em Barcelona, o que brasileiro pensa ser a sacada do século nem sempre dá certo, já que catalão quer mesmo é comer a mesma coisa para sempre (e nos mesmos lugares, com os mesmos amigos, reclamando das mesmas coisas).

Mas a julgar pela quantidade de brasileiros e sul-americanos em geral, pode ser que o dogão funcione. Nós ao menos torcemos para isso. E para que não vendam por lá caipirinha de saquê com morango, frozen de banana com rapadura ou qualquer coisa esdrúxula dessas que lhes ocorra.

por Ricardo Kenski

14/12/2009

O homem do ano


No jornal El País, no Le Monde ou no The Economist. O Brasil é assunto a cada semana, com um tom cada vez mais positivo e prometedor. Na Espanha, o país figura por três consecutivas entre as principais páginas da EPS, a revista de domingo do El País. Ontem, a capa (imagem acima) trazia o rosto de Lula, como um dos 100 homens e mulheres iberoamericanos que marcaram 2009. Seu perfil está entre os "Líderes" e foi escrito, nada mais nada menos, que por Rodríguez Zapatero, presidente da Espanha. Independente da posição política de cada um...dá gosto de ver. Estive no Brasil por duas semanas, sei que ao vivo ainda tem muita coisa pra fazer. Mas quando você vive fora e escuta por tanto tempo as pessoas emitirem opiniões absurdas sobre o Brasa, que quase sempre se resumiam em futebol, mulher gostosa e carnaval...é impossível não sentir orgulho em ver essa nova imagem, o respeito que criou-se em torno da "nossa" recuperação econômica e da perspectiva social. Se por aí é possível notar o otimismo geral, por aqui a gente pode torcer pra que tudo isso seja realmente verdade. E espalhar a notícia...

Entre os círculos de amigos brasileiros não se fala de outra coisa: "será a hora de voltar". A crise da Espanha já mandou muita gente embora e a euforia em torno ao Brasil anima os mais saudosos a pensar na possibilidade. O pior é que dá vontade mesmo...

v.