Quando eu era adolescente, era fã do Jane's Addiction. O falcete na voz do Perry Farrell e a guitarra de Dave Navarro ajudaram a moldar meu gosto musical, quando eu tinha ainda uns 16 anos. Daí a banda acabou. Daí a banda voltou outra vez. Daí acabou de novo. Lançou mais uns três discos que não conseguiram me "pegar" como o ao vivo "Kettle Whistle" ou o "Ritual de lo Habitual".
E então eles marcaram o show na semana passada, dentro do festival Maquinária, na Chácara do Joquei, em São Paulo. Fui lá ver, e...ai, ai. Na mesma linha de decepção que foi o show de Bebel Gilberto que você leu aqui, outro dia. O Perry envelheceu, o que não tem problema algum. Mas ele não soube fazê-lo. A pose glam, meio viado, meio machão, ficou desatualizada. As caras e bocas davam um pouco de vergonha alheia. Umas dançarinas vestidas de boneca, em poses sensuais, faziam filminhos uma da outra, transformaram o fetiche em bobagem.
Mas não tem problema. As deliciosas "Been Caught Stealing" e "Jane Says" foram bem executadas, o povo cantou junto e deu para se emocionar.
Mas o público, que estava lá mesmo era para ver o Faith no More, aguardou paciente. Sai Perry Farell e entra Mike Patton. Daí ficou pequeno. Esse sim tá velho, mas tá inteiro. Ensaiou umas frases em português. O traje vermelho, meio mafioso, meio gigolô, causou um estranhamento no início, mas logo a pose foi totalmente arruinada por muita chuva, suor e os gritos de "porra, caralho", que ele tinha aprendido anteontem. Avisou o público que o show ia ser mais curto porque eles já estão velhos, e mas só saiu do palco uma hora e quarenta minutos depois, não sem antes tocar o terror.
Apesar de não ser fã da banda, admito: eu respeito o Faith no More. Porra, caralho.
m.
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