30/06/2009

Orgulho gay e a intolerância


No último final de semana, Barcelona se tingiu de rosa para acolher a Marcha del Orgullo Gay, que lotou as ruas do centro da cidade. Cerca de dez mil pessoas compareceram ao evento, que contou ainda com a participação de quase 30 associações, de acordo com matéria publicada no jornal El País, ontem.

A primeira marcha gay realizada na Espanha foi em 1977, porém o ato simbólico nunca ganhou força suficiente para se fazer respeitar. Por isso, a partir deste ano, com a participação massiva da comunidade, os esforços se concentram para transformar a festa em referência em toda a região do mediterrâneo. O problema é que este posicionamento tem dividido opiniões.

Para muitos, o clima de festa e alegria ajuda a atrair mais público e assim tornar o evento mais relevante e notório. Para outros, este tipo de postura transmite uma imagem estereotipada e pouco séria, o que atrapalha na luta por igualdade, por direitos e principalmente por respeito. "Nuestra sexualidad no está en venta", diziam em coro os membros da "Plataforma Revolucionaria Antipatriarcal", condenando a intervenção 'capitalista' na causa. Já David Martí, presidente da Asociación de Empresas para Gays, acredita que "se puede mezclar fiesta y reivindicación".

Se comparada à Parada Gay de São Paulo, com mais de três milhões de participantes, as manifestações européias são tímidas e revelam a intolerância e o preconceito que ainda existem por aqui. No nosso caso, apesar do êxito comercial e de público e apesar de sermos amados pelos estrangeiros pela nossa amabilidade e acolhimento, a intolerância mostrou a cara pintada de agrassão e morte. Vergonha.

Mas não somos os únicos. Em Sofia, capital da Bulgaria, por exemplo, as marchas do final de semana foram marcadas por ameaças e agressões. Com medo, os manifestantes desfilaram com capacetes de proteção e a toda velocidade. No ano passado, a marcha terminou com graves incidentes e a detenção de mais de 80 ultranacionalistas que haviam atirado pedras e garrafas contra os manifestantes.

m.

2 comentários:

  1. Vacilo. Tem q fazer igual aqui em Sampa, manda o festão e faz as pessoas terem que lidar com a diferença.

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  2. Aqui em Sampa é um evento de maior proporção, de fato, mas que no final vira terra de ninguém...na edição deste ano aconteceram algumas manifestações de preconceito (?!)
    estão pensando em fazer no Estádio do Morumbi, embora eu ache que sambódromo seria perfeito...

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