17/12/2009

Fica o alerta

Na mesma linha do post abaixo, aviso aos amigos que o fuet, que na Catalunya custa um euro, aqui custa 30 reais. Se alguém estiver pensando em mudar de profissão, sugiro vender Havaianas em Barcelona e fuet em São Paulo.

16/12/2009

Dogão x Kebab

Dogão com caipirinha? Kebab com frozen? Quem já saiu para beber umas e esticou a noitada em São Paulo ou Barcelona, certamente já comeu um dogão na primeira ou um Kebab na segunda. Mais que isso, são essas as melhores opções de comida rápida, barata e sem frescura das duas cidades: é pagar, comer de pé e continuar na noite.

Pois lá em Barcelona, o dogão não existia, mesmo sendo as geniais salsichas importadas da Alemanha super fáceis de encontrar nos supermercados. Mas veio a globalização e um brasileiro cheio de idéias e assim foi criado o primeiro dog da cidade. Com visú hipado e preços europeus (e sem catupiry, uma pena) a casa abriu as portas em uma das ruas mais movimentadas do Raval, bairro famoso (e sujo) pelas baladas.
Fonte: Vandalogy's Blog

A Enquanto isso, aqui no Brasil, o Kebab, que sempre também pareceu uma idéia simples de fazer, ganha status de objeto de luxo. O que seria um outro nome do difamado churrasquinho grego (não nos enganemos, é a mesma coisa, com nome de uns tantos países para lá) é agora disputado nos Jardins e Pinheiros, em lugares como o tal do Kebabel, "sinônimo de longa espera", segundo o Guia da Folha da última sexta. Mais que isso, entre as novidades do cardápio (???) estão o chope Colorado e os frozens, cujos sabores mudam diariamente. E a resenha continua: "Aposte no geladinho de abacaxi, misturado com vodca e hortelã". Pros que moram na Europa, devem pensar que é como pedir uma garrafa de bordeaux no dogão da USP. Por acaso combina? Detalhe: nos kebabs europeus, não se vende cervejas, já que os paquistaneses que em geral tocam os estabelecimentos levam a religião mais a sério que o lucro.

E se em São Paulo qualquer boteco tem coxinhas, porções de calabresa e carne seca ou (as malditas) carnes no rechaud, em Barcelona qualquer boteco só tem uma coisa: patatas bravas, que é batata frita com a salsa brava, uma maionese apimentada, existente também em qualquer mercado junto dos catchups e mostardas. Porção essa que também ganhou uma versão (hypada) no Squat, de São Paulo. A lógica é essa: em São Paulo, se ninguém conhece, fala que é chique que todo mundo acredita. Em Barcelona, o que brasileiro pensa ser a sacada do século nem sempre dá certo, já que catalão quer mesmo é comer a mesma coisa para sempre (e nos mesmos lugares, com os mesmos amigos, reclamando das mesmas coisas).

Mas a julgar pela quantidade de brasileiros e sul-americanos em geral, pode ser que o dogão funcione. Nós ao menos torcemos para isso. E para que não vendam por lá caipirinha de saquê com morango, frozen de banana com rapadura ou qualquer coisa esdrúxula dessas que lhes ocorra.

por Ricardo Kenski

14/12/2009

O homem do ano


No jornal El País, no Le Monde ou no The Economist. O Brasil é assunto a cada semana, com um tom cada vez mais positivo e prometedor. Na Espanha, o país figura por três consecutivas entre as principais páginas da EPS, a revista de domingo do El País. Ontem, a capa (imagem acima) trazia o rosto de Lula, como um dos 100 homens e mulheres iberoamericanos que marcaram 2009. Seu perfil está entre os "Líderes" e foi escrito, nada mais nada menos, que por Rodríguez Zapatero, presidente da Espanha. Independente da posição política de cada um...dá gosto de ver. Estive no Brasil por duas semanas, sei que ao vivo ainda tem muita coisa pra fazer. Mas quando você vive fora e escuta por tanto tempo as pessoas emitirem opiniões absurdas sobre o Brasa, que quase sempre se resumiam em futebol, mulher gostosa e carnaval...é impossível não sentir orgulho em ver essa nova imagem, o respeito que criou-se em torno da "nossa" recuperação econômica e da perspectiva social. Se por aí é possível notar o otimismo geral, por aqui a gente pode torcer pra que tudo isso seja realmente verdade. E espalhar a notícia...

Entre os círculos de amigos brasileiros não se fala de outra coisa: "será a hora de voltar". A crise da Espanha já mandou muita gente embora e a euforia em torno ao Brasil anima os mais saudosos a pensar na possibilidade. O pior é que dá vontade mesmo...

v.

30/11/2009

Boca de Sabão


Uma das coisas legais que a gente descobriu no Twitter estes tempos é o "Boca de Sabão". Trata-se de um perfil anônimo que posta denúncias de dentro da polícia carioca, mostrando todos os nuances da corrupção dentro da instituição. É a tecnologia dando uma forcinha pra cidadania. Vamos dar um follow aí, gente.

25/11/2009

Primavera Sound, here we go!


Nem cheguei no Brasil e já faço planos pra nossa próxima ida a Barcelona. Vai ser em maio, certeza. É que neste mês acontece o Primavera Sound, um dos festivais de rock mais legais do planeta e que terá Pavement, Panda Bear, New Pornographers, Pixies, Wilco, etc, etc, etc. Como não vai dar pra perder, a gente aproveita pra visitar os amigos (saudade!).


Além do line up sensacional, outra coisa chamou a atenção nesta edição do festival. Houve um troca-troca de marcas: sai Estrella Damm, entra San Miguel como patricinador oficial. Isso pode parecer bobagem, mas para quem trabalha com marketing vai entender da importância disso que estou falando. O que será que aconteceu?


Fiquei me perguntando também por que aqui no Brasil as marcas de cerveja não patrocinam festivais de rock. Minha conclusão é: no país do carnaval e do futebol, não dá mesmo pra pensar em rock. Vamos ter que nos contentar com Planeta Terra e Tim Festival. E a Brahma e a Nova Schin que continuem injetando milhões nos camarotes de carnaval. Doh!

m.

19/11/2009

Mente poluída


17/11/2009

Homenagem

Olha só o que apareceu aqui na agência ontem: o namorado da Malu Viotti acaba de voltar da Russia e trouxe pra ela uma bonequinha. A diferença dela para as que você já conhece é que a "boneca" em questão é o Michael Jackson e conforme você vai tirando as maiores, ele vai ficando mais... negro. Sen-sa-cio-nal.


14/11/2009

Super Furry Animals na Idade da Luz

O Via Funchal foi um dos poucos lugares de São Paulo onde não faltou luz durante o apagão da última terça-feira. Mas o que faltou por lá foi público para curtir o show de abertura do Festival Indie Rock. Enquanto o Gogol Bordello encerrou a noite acendendo uns bons milhares de indies, os galeses do Super Furry Animals tocaram para algumas poucas dezenas de paulistanos.

Nada de muito estranho para um festival que já esteve esvaziado em 2007, quando trouxe o extinto The Rakes e o simpático Magic Numbers.

Enquanto milhões de paulistanos acessavam a Internet e se comunicavam pela escuridão da cidade com seus smartphones, os caras do Super Furry Animals optaram por jurássicas placas de programas de auditório para falar com a galera. “Aplausos”, “Obrigado” e “The End” faziam parte da linguagem usada pela banda, como se eles já soubessem que qualquer outra forma de tecnologia poderia estar inacessível naquela noite de blecaute.

Esse sistema de programas de auditório dos anos 50 contrastava com a falta de empolgação do vocalista Gruff Rhys, que nada tinha de apresentador de TV, a não ser a semelhança física com o Edgar da MTV. Ele parecia um tanto triste nas primeira músicas, como se não estivesse com vontade de tocar para um público tão restrito. Chegou a se sentar durante a apresentação. Mas logo se viu ser o jeitão do cara, mais intimista, e que não impedia que ele fizesse piadas tímidas com suas placas bem humoradas. Um verdadeiro indie.

E logo veio um dos grandes momentos do show, pra mim, quando tocaram “Hello Sunshine”, de quase 6 anos atrás. Quando ouvi os primeiros acordes lá do bar que ficava por trás das cortinas da casa de shows, caminhei hipnotizado em direção ao palco, até chegar o mais perto possível da banda. Tudo registrado pela câmera do celular e disponível aqui.


O estilo psicodélico que misturava distorções na voz e na guitarra dominou toda a apresentação, fechada com "Keep the Cosmic Trigger Happy”. Um show que não exigiu energia nem esforço físico da platéia. Apenas o olhar atento e a sensibilidade para curtir uma banda madura, recheada de boas músicas e alguns hits. Uma banda verdadeiramente indie, que tocou para alguns poucos e sortudos paulistanos. Uma banda de vibe comportada que preparou terreno para a loucura total do Gogol Bordello.

Aliás, uma das dançarinas da banda que encerrou o festival trazia estampada na camiseta a frase “Nasci para vencer”, junto do distintivo do Santos. A tabela do Campeonato Brasileiro sugere que a frase não poderia se referir ao time, mas sim ao próprio Festival Indie Rock. Porque, numa semana de Planeta Terra e Maquinária, o primo pobre dos festivais parece ter se saído o grande vencedor.

Por Daguito Rodrigues, em colaboração para o blog

12/11/2009

Com Gogol Bordello não há apagão

Quem foi ver Gogol Bordello, nesta terça-feira, no Via Funchal em São Paulo, certamente tem história para contar. Nas quase 2 horas de show, o ucraniano Eugene Hütz e sua trupe tocaram todas as principais músicas, fizeram o público pular como poucas vezes na vida e quase não fizeram intervalo entre as músicas ou pausa para o bis. A emoção era tanta que a banda parecia não querer parar de tocar, mesmo já com as luzes da sala acesas; e quando parou, ficou junto do público, cumprimentando e comemorando a ponto de uma das dançarinas sair chorando após abraço com uma fã.

E por falar em "luzes acesas" o que deixou o show mais curioso foi o fato de que, enquanto rolava toda essa energia lá dentro, metade do Brasil estava na mais completa escuridão, um verdadeiro caos ocasionado pelo blecaute geral que o país viveu. Na volta do bis, o vocalista falou algo como "lá fora está tudo escuro. Vocês estão mesmo no lugar certo". E não havia mesmo lugar melhor para estar.

Em comparação ao primeiro show que fomos da banda, na sala Apolo, em Barcelona, faltou o salto alto que ele usou em boa parte das músicas, mas para compensar teve um público muito mais animado e devoto da banda. Os catalães não são famosos pela empolgação. É o que qualquer pessoa que vá ver um jogo do Barça pela primeira vez na vida se espanta: eles não pulam, não gritam, não entoam gritos de guerra ou coisas do tipo. E me parece curioso que só no show de ontem eles tocaram "Mala Vida", música famosa do grupo Mano Negra, do também clandestino Mano Chao, unanimidade em Barcelona e que assim como ele, sabe fazer um bom show. O detalhe local veio pela camiseta com a bandeira de Pernambuco vestida por Eugene e os uniformes do Santos, usado pelas duas meninas da banda na parte final do show.

Se falávamos que Bebel Gilberto e Perry Farrell vacilam, eis agora a fórmula perfeita de um bom show. E se Perry Farrell fala demais e por causa disso fala muita bobagem (como a frase "Dave Navarro é bonito, parece perfeito, mas saibam vocês que ele também tem problemas") e o agora aclamado Mike Patton, conseguiu ganhar o público falando um português curioso, ganha o Gogol Bordello do jeito que um bom show de música deve ser: falando pouco, tocando muito.
Bandas novas com show insosso, como Bloc Party, Killers e até Vampire Weekend (como vimos no Primavera Sound de 2007), deviam aprender um bocado com esses caras.

por Ricardo Kenski

09/11/2009

Nossos ídolos já não são mais os mesmos

Quando eu era adolescente, era fã do Jane's Addiction. O falcete na voz do Perry Farrell e a guitarra de Dave Navarro ajudaram a moldar meu gosto musical, quando eu tinha ainda uns 16 anos. Daí a banda acabou. Daí a banda voltou outra vez. Daí acabou de novo. Lançou mais uns três discos que não conseguiram me "pegar" como o ao vivo "Kettle Whistle" ou o "Ritual de lo Habitual".

E então eles marcaram o show na semana passada, dentro do festival Maquinária, na Chácara do Joquei, em São Paulo. Fui lá ver, e...ai, ai. Na mesma linha de decepção que foi o show de Bebel Gilberto que você leu aqui, outro dia. O Perry envelheceu, o que não tem problema algum. Mas ele não soube fazê-lo. A pose glam, meio viado, meio machão, ficou desatualizada. As caras e bocas davam um pouco de vergonha alheia. Umas dançarinas vestidas de boneca, em poses sensuais, faziam filminhos uma da outra, transformaram o fetiche em bobagem.


Mas não tem problema. As deliciosas "Been Caught Stealing" e "Jane Says" foram bem executadas, o povo cantou junto e deu para se emocionar.

Mas o público, que estava lá mesmo era para ver o Faith no More, aguardou paciente. Sai Perry Farell e entra Mike Patton. Daí ficou pequeno. Esse sim tá velho, mas tá inteiro. Ensaiou umas frases em português. O traje vermelho, meio mafioso, meio gigolô, causou um estranhamento no início, mas logo a pose foi totalmente arruinada por muita chuva, suor e os gritos de "porra, caralho", que ele tinha aprendido anteontem. Avisou o público que o show ia ser mais curto porque eles já estão velhos, e mas só saiu do palco uma hora e quarenta minutos depois, não sem antes tocar o terror.

Apesar de não ser fã da banda, admito: eu respeito o Faith no More. Porra, caralho.

m.


Fotos: Marcio Tanaka, para BlogFonico

05/11/2009

Um achado!

Faz tempo que eu acompanho o mais que bacana blog Achados, da jornalista Adriana Setti, que também mora em Barcelona. Faz parte do site da Abril, Viaje Aqui, e tornou-se um lugar de visita indispensável antes de qualquer viagem. O mais legal é que enquanto ela não está rodando o mundo, dá dicas quentes de Barça. Sempre tem coisa nova para descobrir.

Para facilitar o trabalho, essa semana ela está fazendo listas e mais listas com os melhores restaurantes, baladas, etc. Sem falar no completo dossiê que agrupa compras, hotéis, roteiros e por aí vai...

Na verdade me tornei fã do blog, depois que ele me salvou na Tailândia. Primeiro em Bangkok, e depois em várias outras ocasiões pelas ilhas. A dica mais acertada foi a pousada Malibu Beach Bungalows, na praia de Chaloklum, que em setembro estava completamente vazia. Tive a experiência de ter uma praia só para mim (e para o gato, claro), em uma vila de pescadores, com as pessoas mais amáveis do mundo e uma cabana que servia churrasco de peixe todas as noites. Incrível. De lá, também seguindo o feeling do Achados, paramos na praia de Mae Haad, onde de novo, a supresa não poderia ter sido melhor. O único problema é que gostei tanto, que acabei não indo mais para lugar nenhum. Achei mesmo!!!!


Cabanas do Malibu Beach Bungalows


Vista de Chaloklum no fim da tarde SEM NINGUÉM


Mae Haad


Cabaninha na areia em Mae Haad (em frente ao mar!!!)

v.

03/11/2009

Casório do ano

Quando viemos embora para São Paulo, eu e o Rica já planejávamos a próxima novidade. Como a gente adora fazer planos, decidimos nos casar, fazer uma festa pra celebrar este tantão de anos juntos. Nossa idéia era mirabolante, uma festa diferente, nada a ver com os casamentos tradicionais. Uma balada para os amigos, que fosse divertida para todo mundo, mas principalmente para nós.

A Rafaella e o Marcelinho, amigos queridos dos tempos de aulas matadas nos botecos da PUC, se anteciparam e decidiram casar-se no final deste ano. Mas nada naquela família composta pelos dois, mais três gatos e mais um bando de amigos que está sempre por perto é convencional, e a festa não será diferente. A Rafa, que morou dois anos em Londres, vai organizar o comitê internacional de amigos, que chegam para as festas de fim de ano. O sítio do Valim vai virar o cenário pra uma festa que apavora os fígados mais treinados, terá fotógrafo amigo, dj amigo, cozinheiro amigo. Enfim, tudo o que o nosso casamento queria ser. A gente vai na festa e vai aprender com eles como é que se faz.

Abaixo, você vê o vídeo que o Marcelinho, que tem uma produtora de filmes, preparou para convidar todo mundo e preparar o clima. A gente curtiu isso.

m.

Parte I - A Procura from mazinidifafazi on Vimeo.

02/11/2009

Serial killer

por David Eliot

Os quatro músicos subiram no palco com o estilo "Reservoir Dogs", presságio do que ia acontecer, e começaram com uma introdução instrumental, desprendendo uma inocente beleza. Então, entrou a diva e daí começou o massacre. Sem a menor piedade e com um sorriso que ainda me persegue de noite, Bebel Gilberto assassinou as próprias músicas, as do pai, e se deu o luxo de uma sessão de tortura com a canção "Sun is shinning" do Bob Marley. É verdade que havia alguns sinais; o último disco da moça é meio medonho. Mas, será que "Tanto tempo" era só um truque de estúdio? Será que estamos assistindo à decadência irremediável de uma artista? Um Ronaldinho da neo-Bossa Nova? O único que salvou a noite foi o baterista, que tinha uma estranha semelhança com Bill Murray, só que do Pará. Imperdível. O resto, é para esquecer.

Bebel Gilberto se apresentou na Sala Razzmatazz 2, em Barcelona, no dia 28/10/2009.

29/10/2009

Mais uma da série: "a Europa é aqui"

Depois de importar de Portugal O melhor Bolo de Chocolate do Mundo, São Paulo abre as portas para mais uma franquia queridinha na Europa. O restaurante Le Relais de l'Entrecôte é conhecido na França inteira por oferecer um único prato: saladinha de alface com nozes, batata frita e filé mignon com um molho a base de mostarda cuja receita é segredo de família há mais de 40 anos.

A casa mais tradicional da rede, instalada em Saint Germain des Près, tem filas quilométricas na porta mesmo antes de abrir. Quando fui a Paris pela primeira vez, com a Alice Ferraz, íamos um dia sim e outro também, era o nosso restaurante preferido depois de caminhar a cidade inteira, de vitrine em vitrine.
O restaurante, que lá cobra 30 euros por pessoa para se comer o quanto quiser, aqui deve chegar com preços estratosféricos. Tupinichic.

O ambiente é aconchegante e bem parisiense


O prato famoso

A fila na porta, antes do restaurante abrir

28/10/2009

Todo mundo tem seus monstros

Os de Spike Jonze estão no filme "Where the wild things are" (Onde vivem os monstros, em português), que já estreiou nos Estados Unidos dia 16 de outubro, chega à Espanha no dia 18 de dezembro, e no Brasil, pelo que encontrei na internet, em janeiro de 2010. Adaptação do livro homônimo de Maurice Sendak, a história conta as fantasias de um menino que se "refugia" em seu próprio mundo. Em entrevista à revista Vice, Skipe Jonze falou sobre o intenso processo criativo de sua criatura, que durou nada menos que cinco anos. Li na edição espanhola, mas encontrei a mesma no site brasileiro da publicação.

Quero ver já!!!

v.


O paraíso pode estar ao lado

Durante os primeiros anos que morei em Barcelona, insisti em manter um certo bairrismo brasileiro, principalmente com algumas coisas específicas. Não que ele tenha desaparecido por completo, mas à medida que você vai conhecendo e entendendo melhor o lugar onde vive, aprende a gostar mais de algumas delas, selecionar as piores e cai na real: se for pra ficar reclamando, melhor voltar pra casa.

Uma das minhas afirmações preferidas, era que seria impossível encontrar praias tão lindas na Espanha como as do Brasil e que sem dúvida, a natureza do "meu país" era imbatível. Que fique claro, que as praias do Brasa vivem na minha mente dia e noite e tenho o mais devoto amor por uma dezena delas. Mas quase cinco anos de vida "ibérica" me fizeram ver coisas lindas por aqui e calar a boca.

Uma das minhas últimas descobertas está a apenas uma hora e meia de Barcelona (e eu só estive lá pela primeira vez na semana passada), a uns 10km de Tarragona, uma bonita cidade histórica que fica ao sul de Barça. Depois de uma caminhada de mais ou menos 2o minutos por um bosque fresquinho, com farta vegetação, chegamos a uma cala (praia pequena) que nesse caso nem era tão pequena assim, carinhosamente apelidada de Waikiki - o nome oficial é Cala La Fonda. Uma vista que me deixou muda. Mar transparente e falésias de areia em vários tons de amarelo. Isso mesmo, amarelo. A praia vazia, sem prédios, sem bares, sem estrada, sem carros...no silêncio. Incrível. Era disso que eu estava falando...e nem sabia que estava ao lado.

Eu estava sem câmera, amadora, a foto de cima é do Panorâmico - só para esclarecer que eu não desenho corações na areia...

v.

27/10/2009

Pagode de firrrma

A gente sabe que esse blog é bacana mas ainda não teve uma sacada ultra genial. Então, nos sentimos na obrigação de divulgar quem teve. O PagoDadoS faz análise gráfica das letras das músicas que são hit na Tropical FM. Não conheço a origem, mas imagino que deva ser algum pagodeiro do C.A. da FGV, não sei por quê. Mas vale muito a pena.

http://pagodados.tumblr.com/

m.



23/10/2009

Scott Schuman, do The Sartorialist, por Nana Lima

Nossa amiga e colaboradora que vive em Barcelona conseguiu conversar com o editor de um dos sites de tendências mais importantes do mundo. Falou sobre moda, Europa e Brasil. Confira:

"Quando vi que Scott Schuman, aka The Sartorialist, estaria em Dublin no mesmo feriado que eu, sabia que tinha ir. Primeiro porque seu livro estava esgotado na FNAC de Barcelona. Segundo porque não ia perder a oportunidade de conhecer o criador de um dos veículos mais influentes no mundo da moda atualmente.
No típico clima Dublin (chuva e cinza), na Gallery Of Photography bem no centro da cidade, nos reunimos. Primeiro em um bate papo de meia hora e logo depois o book signing. Foram apenas três perguntas, porém muito interessantes. A primeira foi sobre os planos para o futuro do blog e ele comentou que adoraria escrever mais e que sua namorada, Garance (http://www.garancedore.fr/) escreve muito bem, tanto em inglês como em francês, e é uma inspiração para ele, assim como o seu pai Earl Schuman (a quem ele dedica o livro).

O mais interessante da conversa foi quando perguntaram sobre qual país ou cidade foi difícil conseguir uma boa foto e ele respondeu: Rio e São Paulo. Ele explicou que no Rio o aconselharam a não sair com a câmera fotográfica na rua e então lhe deram dois guarda-costas, o que intimidava muito as pessoas. O que mais gosta de fazer quando está conhecendo uma cidade é se perder pelas ruas. Sempre que faz isso consegue ótimas fotos e no Rio isso não é possível.
Já em São Paulo ele saiu bastante porém explicou que ou as pessoas são muito pobres ou ridiculamente ricas, que os pobres não tem acesso a moda e que os ricos vivem com medo da violência, fechados em seu mundo e que isso influencia muito na maneira das pessoas se vestirem.

Um repórter perguntou o que ele buscava em São Paulo, e ele respondeu: uma menina de cabelo curto. Para ele todas as meninas se vestem igual e têm o cabelo igual por medo de não serem aceitas ou para esbanjarem algum status social.
Outra cidade que ele comentou certa dificuldade foi Estocolmo (???). Sim, lá acontece o mesmo, as pessoas são tão trendy, tão cool, que ninguém se atreve a ir contra a tendência das high street labels.
Confesso que foi curioso ser a única brasileira na sala e escutar esse tipo de comentário. Passado o choque, eu concordo com ele. Amo São Paulo, mas no quesito moda temos que comer muito feijão com arroz. De todas as formas, só o fato de ele considerar nossas cidades , mostra o potencial do Brasil nesse mercado."


Scott Schuman autografa seu livro em Dublin. Elegante é ser educado, né?

She was there. Nana Lima representando o Brasil.

22/10/2009

Você ainda vai ver isso no intervalo da novela

A Nana Lima, que vive mandando coisas legais para o blog, mandou ontem este vídeo. É um pouco longo, mas pale a pena ver até o fim. Aposto dez cruzeiros que alguma operadora de celular ou montadora de carros usará na próxima campanha. Aposto!

21/10/2009

Espanha aplaude o humor brasileiro


Ziraldo recebe hoje, em Madrid, em Alcalá de Henares, na verdade, um município vizinho da capital, o prêmio Iberoamericano de Humor Gráfico Quevedos por sua trajetória profissional. Um orgulho que com um universo tão brasileiro, seu trabalho alcance a tanta gente. Sua obra foi traduzida para diversas línguas, em realidade, e seus personagens acabaram sendo universais. Vejam a matéria que o El País publicou hoje sobre o acontecimento, que faz parte do XVI Muestra de Humor Internacional de Humor Gráfico de Alcalá de Henares.

v.

20/10/2009

Crânio

Neste fim de semana, fui passear pelo Centro, buscando um programa parecido com os que eu fazia em Barcelona. Pois é, paulistano nunca sai pra se divertir no Centro, afinal é sujo, né? E tem gente feia...e meninos de rua cheirando cola. Paulistano não gosta de ver essas coisas. Mas eu, que ando de mal dessa hipocrisia, estava lá com o Rica, vendo a nossa cidade com olhos de turista.

E vi coisas muito legais, como estes graffitis que cobrem os tapumes da reforma do Teatro Municipal. O prédio-orgulho-arquitetônico-clássico de São Paulo teve a fachada totalmente coberta para uma obra de restauração, dando espaço à imaginação do grafiteiro Cranio. Fiquei bem impressionada com a arte dele. Tem humor, tem crítica social, tem estilo e tem beleza. Pelo que pesquisei, há coisas dele espalhadas por toda a cidade. Ele é a cara de São Paulo.


Essa chama "Chocolate" e está no Vale do Anhangabaú

A fachada do Municipal

Várias obras fazem crítica social à questão do índio...

... como vocês podem perceber

* As fotos são do Flickr dele, entra lá: http://www.flickr.com/photos/cranioartes/

16/10/2009

Pequenas criaturas

Para os nostálgicos de plantão, algumas imagens do encontro anual de colecionadores de Playmobil, que aconteceu em Barcelona no fim de semana passado. Essas pecinhas que encaixam perfeitamente na mão de uma criança, viraram objetos de culto para os adultos. Afinal, da geração 70 / 80, quem nunca teve um?

v.
Atentos nas aulas do internato.


Em um conto de Edgar Allan Poe.


Na lua!


Na Alemanha Nazi!


Atentos ao espetáculo.


Na boca do tubarão!


Jogando basquete.


Na selva, pronto para ser devorado!
Fotos: David Eliot

15/10/2009

Flor no asfalto

Um projeto nos moldes dos que acontecem em Londres e Barcelona ganhou forma em São Paulo, há alguns dias. O artista plástico Felipe Morozini, uma das promessas das artes no Brasil, decidiu fazer um "jardim", no Elevado Costa e Silva, ou o Minhocão, um dos infelizes cartões postais da cidade. Batizado de Jardim Suspenso da Babilônia, o projeto está participando de um festival em Nova York. Olha que bacana:

14/10/2009

Memoria Villa

Não é só a Europa que exporta seus talentos na música clássica. O Brasil, apesar de não ter tradição e muito menos incentivo para os que querem viver de arte, também tem genialidade consagrada quando o assunto é Heitor Villa-Lobos. O maestro e compositor mais importante que o Brasil já teve (John Neschling e seu ego gigante que me perdoem) ganhou uma exposição no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro. A mostra, a mais completa sobre o maestro já feita, inaugurou ontem e fica em cartaz até 05 de janeiro. A idéia é traçar um paralelo entre a vida do autor e a história do Brasil, dividido em vagões de um trenzinho (do caipira?), cada um deles representando as fases Sertão, Paris, Anos 30/40, Amazônia e Américas.

Há ainda uma parte da mostra dedicada às crianças, com reproduções do folclore e brinquedos rústicos. Para completar, exibições de filmes e concertos de música, na praça do museu. Para até 2 mil pessoas, totalmente de graça. Viver no Brasil pode ser, sim, bem legal.

09/10/2009

No túnel do tempo...

...e dessa vez, o revival não é dos anos 80 (não aguento mais, agora as ombreiras voltaram com tudo mesmo). É diretamento da Idade Média!!! Depois da Festa de Grácia e da Festa de la Merce, foi o turno do meu bairro (Catalunha profunda) realizar sua fiesta mayor. Nem sinal do outono em Barcelona, o tempo tá ótimo, dá pra pegar uma prainha e as festas continuam...A crise tá aí, mas porque trabalhar mesmo? Me pergunto se esse é o pensamento geral. Enfim, o ilustre bairro de Hostafrancs, que nem sonha em entrar nos guias de turismo, e nem tem restaurantes descolados como deve ser na capital de tudo que é cool, comemorou os 150 anos de sua celebração, organizando sua tradicional Feira Medieval. Genial. O bairro vive no anonimato, mas está ao lado da Praça Espanha, super bem localizado. E é realmente divertido ver uma rua inteira, que está muito perto do centro, "vestida" de passado, com gente caracterizada, comidas, jogos infantis adaptados, rituais e o pessoal da "área" curtindo mesmo. Sem complexos, sem pretensões.

v.


Rendeiras catalãs na porta da minha casa.


A galera caprichou no figurino de época!


Modelitos à venda para os desavisados de última hora...


Burros estacionados nos sinais de trânsito, super normal, vai dizer!


Um forno de pão artesanal em plena Praça Espanha, que maravilha!!!!


Carrossel de madeira, com cavalos, vacas e decoração típica.


Execução da bruxa em praça pública!!!!


Rendas do Nordeste na festa medieval? Não combina muito, né? A Maíra tem razão, o Brasil tá na moda mesmo.


E olha a batucada aí, gente!!!! Até de verde, amarelo e azul os caras estavam.


E essa imagem podia até ser no Rio, não? Com churrasquinho de gato incluído!

08/10/2009

O Brasil tá na moda

Depois do pré-sal, da Copa do Mundo e das Olimpíadas, não tem mais pra ninguém. O Brasil está na moda no próprio Brasil. Uma publicação de alma baiana e conteúdo com foco na cultura nacional foi lançada no mês passado, coordenada por uma promoter de Salvador. A revista 'Lícia' fala de comportamento, moda, luxo e consumo, com entrevistas e cases de nordestinos que fazem sucesso no sul ou gente daqui que se mudou para as terras quentes. A revista é bonita, valoriza o que há de mais natural e genuíno na cultura brasileira. O design foi desenvolvido pelo Sergio Gordillo, da agência África.

Outra história bacana e bem brasileira é uma linha de móveis desenvolvida pelo Marcelo Rosenbaum, para a Micasa. As peças têm inspiração na feira de Caruaru, considerada patrimônio cultural pela UNESCO. Móveis coloridos, com xilogravuras temáticas e desenvolvido em madeira de pinus levam o selo de "Biomóvel", que significa que foram produzidos de acordo com normas de ética e ecologia. Todo o processo de produção é controlado pela fábrica (Artefama), e inclui não apenas regras de sustentabilidade e reflorestamento, mas condições de transporte e comercialização. Os caminhoneiros que trazem a madeira, por exemplo, são orientados a não praticar sexo com crianças na beira das estradas por onde passam, e por aí vai. A iniciativa da fábrica é bem bacana, e o Brasil agradece.

m.

Capa da primeira edição da revista Licia, com o brasileiríssimo e chatíssimo 'Carlito Marron'

Rack com xilogravura de J. Borges, da linha de Rosenbaum para Micasa



Todos os móveis foram produzidos de acordo com normas éticas e de sustentabilidade


As cores fortes e a irreverência do arquiteto se traduzem em peças bem brasileiras